quarta-feira, 28 de julho de 2010

Ódio?





"Ódio por ele? Não...se o amei tanto,



Se tanto bem lhe quis no meu passado,



Se o encontrei depois de o ter sonhado,



Se à vida assim roubei todo o encanto,






Que importa se mentiu? E se hoje o pranto



Turva o meu triste olhar, marmorizado,



Olhar de monja, trágico, gelado



Com um soturno e enorme Campo Santo!






Nunca mais o amar já é bastante!



Quero senti-lo doutra, bem distante,



Como se fora meu, calma e serena!



Ódio seria em mim saudade infinda,



Mágoa de o ter perdido, amor ainda!






Ódio por ele? Não...não vale a pena!"






Florbela Espanca (1894-1930)

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Encontra-te, se ainda fores a tempo.

Respiro fundo.

Fecho os olhos.

As lágrimas começam a escorrer-me pelas faces... recordo todos os teus movimentos, todos os teus gestos, as poucas palavras, as imensas e duras provocações e questiono-me: "Porquê?".

Tu que sempre soubeste de tudo, tu a quem eu abri a minha alma e o meu coração...tu, pessoa que eu sempre admirei.

Abro os olhos e corro, corro, corro por um areal que me queima os pés, a alma. Não aguentei mais ver tudo isto a acontecer à minha frente sem que eu pudesse dizer algo, sem que eu pudesse carregar numa tecla "stop", sem que eu pudesse acordar do que seria um pesadelo.

Volto a respirar fundo.

Olho para trás.

Mas já não há sinal de ti.

Desapareceste, ou se calhar eu é que corri para bem longe de ti.

Será que não percebeste que aquele era o nosso momento?! Um momento difícil de ultrapassar, um momento doloroso...uma despedida temporária.

Espera-me uma grande aventura, em que não vou poder estar contigo, não vou poder ver-te, tocar-te e tu nem sequer tiveste coragem para me olhares nos olhos e te despedires de uma pessoa que já mostrou carinho e admiração por ti!! Porquê?

Será que estou a pedir muito?

Pensa lá bem!

Já és um homem ou será que eu é que julguei mal e não passas de um puto mimado, armante e arrogante.

"Errar é humano."

A típica frase.

Mas não me parece que tenhas sido tão falso este tempo todo. Ou se calhar quero acreditar nisso.

As nuvens estão cinzentas...

Mais uma vez fui ingénua...

A raiva que sinto por mim é tão grande. Como é que pude voltar a acreditar numa pessoa que não é aquilo que demonstra, que usa máscaras, que me magoa e humilha...

Ontem quase que conseguias derrubar o muro que tenho andado a construir há algum tempo...quase...mas não conseguiste!

Não vou dizer que não abanou e que não temi que tudo fosse abaixo...porque ao contrário de ti, não tenho duas facetas... não uso máscaras, não preciso disso para me sentir bem comigo própria, não preciso disso para me sentir superior em relação aos outros.

Sou como sou.

E o muro pode abanar muitas vezes. Mas a simplicidade, a genuiedade, a sinceridade, o amor próprio nunca o vai deixar cair. O muro que me defende. Que uso para me encostar para recuperar forças e para me proteger de ataques de seres não realizados interiormente.

Já sabes com o que podes contar deste lado do muro...mas quando atravessares o portão, peço-te para que sejas sincero comigo, mas acima de tudo sincero contigo!

Um dia destes ainda te perdes...



(Talvez nunca chegues a ler esta mensagem... mas também escrever é uma forma que arranjo para fortalecer o muro...não tenho problemas de te dizer tudo isto frente a frente. Tudo o que disse aqui foi sincero, foi sentido...

Se por acaso algum dia chegares a ler, pensa bem na tua vida. Pensa no que andas a fazer...faz um "check up" interno e descobre-te se ainda conseguires fazer isso.)



Até um dia destes!*

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Dedicatória a ti (Manuel Goiana).


Por vezes fazemos más interpretações das pessoas, só porque naquele dia não nos deram um sorriso, ou a atenção que queríamos. Mas no fundo é bom constatar que errámos de uma maneira estrondosa e saber que o "Sr. Carrancudo e antipático", é um rapaz simpático, humilde, sorridente e amigo.


Obrigada por todas as palavras.

Obrigada por todos os incentivos.

Obrigada por tentares acreditares nos meus valores e me dares oportunidades.

Obrigada por me ouvires e aconselhares.

Obrigada por existires...


Um dia destes reflecti e, escrevi numa parede de algo em construção: "nem todos podemos amar o mesmo, nem o podemos fazer da mesma maneira.". Cada um ama à sua maneira, cada um tem o seu próprio significado de "amar" e cada um luta por esse "amar" de maneira diferente.

É sempre bom ter alguém que nos ajude a encontrar o caminho certo, quando o "amar" é parecido.

É bom ter alguém a quem recorrer...(:


Já vivi amores platónicos, e , posso-te garantir que o meu amor pela dança não o é. É verdadeiro! É impossível imaginar-me sem dançar, sem "teatrar"...é como se tivesse nascido comigo.


Sei que já me estou a alongar, mas da mesma maneira que eu te vou conhecendo melhor, tu também já me vais conhecendo e já sabes que quando começo a falar não me calo e o mesmo acontece quando escrevo, porque no fundo estou a escrever mas é como se te estivesse a dizer tudo isto frente a frente.


Desculpa a "melguice" própria da idade.

Desculpa a má interpretação que fiz de ti.

Desculpa não ser perfeita e ter falhado no que não podia.

Desculpa tudo o que posso ter feito (ou não feito), ter dito (ou não dito)...

Desculpa-me.


Mas acredita que tentei dar sempre o meu melhor.

É isto que eu quero e é por isto que vou lutar, contra ventos e marés, contra invejosos (as), contra o que for preciso!

E gostava muito de te ter a meu lado para me aconselhares, porque no fundo já passaste por isto.


Só mais uma coisita:


ÉS GRANDE NO QUE FAZES!

PARABÉNS!


Inês Isidro*


sábado, 3 de julho de 2010