sábado, 16 de outubro de 2010

De alma vazia...e de coração preenchido.

Vagueando por ruas, que por mim são desconhecidas, olho para tudo o que me rodeia para tentar encontrar algo que desperte a minha atenção.
Cansada de tanto caminhar decido sentar-me.
Sinto a brisa fria nas minhas faces.
Volto a olhar em meu redor e, nada.
Páro para reflectir um pouco na minha vida. Dou-me conta que tenho o meu coração recheado de sentimentos tão puros e bons, sentimentos esses que me fazem fazer uma viagem a mundo tão longínquo e encantador. Coloco os braços em meu redor, como se estivesse a dar um abraço a mim própria...preciso urgentemente de um abraço, e, só me tenho a mim aqui para o dar e receber.
Por vezes precisamos de momentos assim, serenos, em paz com nós próprios...todos nós precisamos de nos sentirmos, de nos mimarmos...
Volto ao mundo real, e, à rua que desconheço...
Apesar do meu coração estar preenchido de sentimentos que me levam a outra dimensão, a minha alma está vazia...
Não tens culpa, é algo muito pessoal...como se se tratasse de um mundo secreto em que só eu quero estar, em que só eu devo completar, apesar de desejar ter-te aqui comigo para me segurares a mão e me abraçares...
Está a ficar escuro.
Tenho de regressar a casa.
Levanto-me.
Estou decidida a trilhar o meu próprio caminho sozinha...passo a passo. Passos pequeninos, que sejam. É assim que me vou tornar numa verdadeira mulher.
Quem sabe no fim desta longa caminhada não conseguirei completar a minha alma de luz e cores??!
Chegou o momento de seguir em frente!

Inês Isidro a trilhar sozinha o seu caminho...a tornar-se mulher...

                                                                                                    

   16/10/2010

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Estou apenas cansada.

Quando te vejo os meus olhos brilham mais que todas as estrelas do céu juntas.
Quando sinto o teu perfume o mundo pára.
Quando te beijo sinto-me a levitar para outra órbita.
Quando os nossos corpos se juntam, sinto-me a pessoa mais feliz do mundo.
Quando ouço a tua voz sinto-me protegida.

Não há nada que mais queira do que estar contigo.

"Corta!"

A cena acaba. Levantas-te e vais para o teu camarim sem que me olhes uma última vez. Fico sentada a ver-te ir...
Perguntam-me se me sinto bem e respondo: "só estou um pouco cansada."

Cansada de me sentir um objecto. Cansada de me dar de corpo e alma a alguém sem que essa pessoa dê valor. Cansada de lutar por algo que sei que nunca me pertencerá.
Apenas estou cansada.
Só isso.

Voltamos a ter de regravar a cena e todos os meus cinco sentidos ficam apurados na tua presença.

"Corta!"

Penso que desta vez a cena vai ficar bem encenada, tal como o produtor deseja...
"És fantástica!"
"És um mulher com M."
"És única!"
(...)

Estou farta de elogios!
É óptimo que nos encham os ouvidos de elogios...é natural que todos gostemos de ser elogiados pela pessoa que somos, pelo profissionalismo que temos, pelos bons resultados, pelas boas condutas que seguimos, mas por outro lado é muito triste não ver nada com isso, não conseguir ter nada daquilo que tanto ambiciono, ter alguém por quem luto tanto...

Acho que estou apenas cansada.
Será que preferia que as pessoas me odiassem? Será que isso me faria sentir melhor?

Que digo eu?!
Já não digo coisa com coisa...estou perdida no mundo das palavras...estou perdida no mundo.
Perdida...

"Inês anda deitar-te! Já é tarde!"

Perdi-me nas horas...de facto já é mesmo tarde...
Amanhã será um novo dia...e estas nuvens cinzentas que se apoderam da minha mente podem ser apenas por eu estar cansada...

Inês Isidro

5/10/2010