terça-feira, 18 de agosto de 2009

Segredo!


Dia? Sol? Já não sei o que isso é… já não sei que significado têm essas palavras…
Onde estou?
Não sei.
O que ambiciono?
O sol.
Aqui aninhada recordo o teu olhar, o teu sorriso. Corro por entre a escuridão com o teu olhar e o teu sorriso na minha mente. Corro, corro, corro,…
Paro e começo a reflectir…a reflectir sobre tudo e sobre nada. Haverá espaço para reflectir? Desejo o tudo e o nada. E acabo por não ter tudo e acabo por não ter o nada. Mas continuo a não saber o que me falta para ter tudo ou para ter o nada.
Quero chorar... mas já não tenho lágrimas…Quero sorrir…mas já não tenho forças… Quero dizer-te: “Amo-te!”…mas não te tenho!
É tudo tão complexo. A insegurança invadiu-me. Irei em frente…não! Irei para trás recuperar o que lá perdi. Ainda estarei a tempo de ir recuperar tudo o que perdi quando corria em direcção de uma luz que tarda em aparecer?
Já nem sei bem o que deixei lá atrás, mas sinto um vazio em mim. Estará a luz lá atrás? Começo a perguntar-me o porquê de me estar a dirigir nesta direcção…o teu olhar, o teu sorriso voltam a invadir a minha mente (se é que alguma vez a deixaram!) e a tua voz começa a ecoar dentro dos meus ouvidos. Percebi. Estou nesta direcção porque sei, ou talvez não saiba, mas sinto que estás no fim deste caminho. Que estás a desfrutar da luz que irá saciar esta minha “fome”. Se seguir nesta direcção terei o tudo!
Para trás o que ficou? Estou confusa.
Se for para trás será que terei o nada? O tudo ou o nada…
Será mesmo que atingirei o tudo ou o nada se for por cada um destes caminhos? Ninguém me garante porque não está aqui ninguém comigo. E agora?
As lágrimas que tardavam a chegar finalmente começam a cair pela face.
Estou feliz.
Estou triste.
Quero o tudo.
Quero o nada.
Deito-me a olhar o horizonte, negro. Aliás tudo à minha volta é negro.
Tenho saudades do azul do céu e do mar. Tenho saudades do verde da relva. Das cores das frutas. Do amarelo dos meus girassóis…Que grandes que devem estar os meus girassóis…
Paro! Levanto-me! Lembro-me do que tenho escrito nas paredes no meu quarto: “I´M A SUNFLOWER!!!”. Sim eu sou um girassol que se vira sempre para a luz. Flor persistente…Tal como…não! Penso que foi uma das coisas que perdi. Foi a minha persistência. Mas não posso! Tenho que a recuperar!
Ganho força e ânimo. Se é o Sol que eu quero é por ele que vou lutar. É por ele que vou continuar a correr. É por ele que vou chorar mas no final é para ele que vou sorrir!
Estou de volta! Mais importante do que encontrar a luz é encontramo-nos a nós próprios. Só aí é que realmente poderemos ir de encontro à luz que tanto ambicionamos, à luz que tanto amamos.
Sem nos encontramos, a luz pode estar mesmo à nossa frente que nunca a conseguiremos ver…
É esse o segredo!**
23 de Fevereiro de 2007
(Parte V)

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